Sinto medo de não ver o Sabiá

Sinto nas minhas veias

o sangue que corre

em encontro ao coração.

Que esse músculo

que pulsa todo sangue que tenho

não cesse sem que eu sinta a dor

do parto que as mãe sentem

para que o rebento grito seu grito de guerra.

Todas as manhãs observo o sabiá

Ele, no topo da árvore,

anuncia pra mim outra manhã.

Minhas roupas espalhadas pela sala

me lembram que no quarto há alguém

que dividiu comigo seus medos e sonhos.

Saio como um ladrão

E o sabiá já não está mais lá.