O Pássaro sentinela
Olhava com olhos de águia
E perpassava esvoaçante
Às vezes quebrava janela
Não era morcego, nem dragão
Era nobre ave do Sertão
O Pássaro Sentinela
Enquanto os urubus eram de carcaça
Os gaviões da caça
Os morcegos de trapaça
De outro modo
E sobriamente
Sentinela era guardião das gentes
Era quem vigiava as almas e as mentes
Fazia as penitências mais exigentes
Recebia os pedidos intermitentes.
Pediam chuva e descia como torrentes
Pediam amores e casavam-se alegremente
Pediam saúde e paz para os presentes.
Sentinela só não podia era parar aeronave com os dentes
Por um rasante voo trespassado
Caiu do céu abruptamente.
Desse dia em diante,
Foi tão mal ouvido o pedido
Tinha muito santo e pouco crente
De repente, por ironia do destino ou sorte
Quem realizava seu desejo
Julgava-se afastar da morte
Mas como a sorte do Grande Pássaro
Que vigiou por tantos e foi tão altruísta
Não havia lógica perfeita
Em ser poupado do corpo
Que pela fisionomia desfeita
Reacendeu o esplendor da alma insatisfeita
06 jun 2015
Vinicius Saint' Ana