Espelhos

Somente o que separa

A abstração do que é palpável...

É a lógica permissão de traduzir

Signos acadêmicos

Para o ignóbil indigente das massas

Nem religioso, nem muito cético

Pergunte do monstro que encéfala

No teu cérebro!

Verás que ele quer se transformar

Num médico

Com prontuário pronto para lhe curar

Saturar a pílula difamada

Até que a visão escalena

Faça-lhe insurgir

Contra os reis do labirinto

Não socializo o amor fadado

De casamentos com leis tradicionais

Piratas da célula-máter!

Que gera a violência e o caos!

Um sarquejo de indolência

Sobre a fragrância ingênua

De um rosto bonito

Faz o apetite sexual

latejar as cabeças...

Maldito seja o bitolado

Em estudos náuticos!

Que despreza a visão amargurada

De bisonhos transeuntes!

Os fantasmas sobrevoam

Nossas casas...

A psicografia de um deles

Acusa vida irradiante

Abril/1993