VOLTEM OS RIOS

Rios correm?

Estrelas pipocam deslizantes e se deixam colher?

Por onde passam o São Francisco e o Tibagi?

Caudalosas lembranças, águas aos mares

Renascem, mesmo que evitadas, visitas estelares,

Em que as lambem ondas volumosas.

Pedem concertos e revivem, saudosas,

Ao som de violinos,

Fita e laço, orquídeas e pistilos no espaço.

Acordes de esperanças

De vaivéns dedilhados

Finos, saudados.

Sons inesquecíveis entre pétalas perfumadas

E cisnes encantados, finas pontas alongadas,

Asas,

Lago estelar contemplado.

Que voltem orquestras sob as batutas

Navegáveis, desenhando sons

Revivendo sabores, astutas.

Aqueles únicos ruídos, conhecidos, bons

Em veludos estendidos,

Vales, sedas, copas, caminhos

Esquinas em L:

Lua, languidez, lábios e gosto de fruta

Sabor sempre o sabor,

Doce fino em caixa única,

Protegida em sonho de fita.

Voltem os rios,

Remansos ou galopantes entre margens,

Mas que retornem

Às verdejantes ramagens.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 06/06/2015
Reeditado em 30/06/2018
Código do texto: T5268352
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