VOLTEM OS RIOS
Rios correm?
Estrelas pipocam deslizantes e se deixam colher?
Por onde passam o São Francisco e o Tibagi?
Caudalosas lembranças, águas aos mares
Renascem, mesmo que evitadas, visitas estelares,
Em que as lambem ondas volumosas.
Pedem concertos e revivem, saudosas,
Ao som de violinos,
Fita e laço, orquídeas e pistilos no espaço.
Acordes de esperanças
De vaivéns dedilhados
Finos, saudados.
Sons inesquecíveis entre pétalas perfumadas
E cisnes encantados, finas pontas alongadas,
Asas,
Lago estelar contemplado.
Que voltem orquestras sob as batutas
Navegáveis, desenhando sons
Revivendo sabores, astutas.
Aqueles únicos ruídos, conhecidos, bons
Em veludos estendidos,
Vales, sedas, copas, caminhos
Esquinas em L:
Lua, languidez, lábios e gosto de fruta
Sabor sempre o sabor,
Doce fino em caixa única,
Protegida em sonho de fita.
Voltem os rios,
Remansos ou galopantes entre margens,
Mas que retornem
Às verdejantes ramagens.