Horas Mais Lilases

Minhas mãos viajam às páginas poéticas

Dos vates lúcidos de um tempo vestuto.

Maravilha fulgurante que o fim não conhece,

Lembram-me os beijos audazes de Horas

Mais Lilases.

Sensação repentina de Boulevards d’Europa.

Ou seria de Boulevards de uma América outra

Que não é a minha,

E onde continuo a ser só um espectador?

Enquanto a poeira d’ouro em meu rosto

Acorda a minha alergia,

Sangro Pierrot. Mas não me incomodo

Que suxo seja o meu sonho maior. Quero-o,

Mesmo assim, e por isso sangro.

A hemorragia agrava-se. É o punhal de pó –

Em meu nariz – fincado.

Então, fugitivas, minhas mãos viajantes,

vão,...................................................

Sonolentas de tantos histamínicos, dormir.

Para, algum dia desses, voltar às páginas

Lúcidas de outrora,

E, finalmente, restringir uma lufada infinita

Da fulgurante maravilha que são

Os beijos audazes de Horas

Mais Lilases.

Lisboa. 02/05/2010.

Sandra Eveline Medeiros
Enviado por Sandra Eveline Medeiros em 05/06/2015
Código do texto: T5267285
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.