Horas Mais Lilases
Minhas mãos viajam às páginas poéticas
Dos vates lúcidos de um tempo vestuto.
Maravilha fulgurante que o fim não conhece,
Lembram-me os beijos audazes de Horas
Mais Lilases.
Sensação repentina de Boulevards d’Europa.
Ou seria de Boulevards de uma América outra
Que não é a minha,
E onde continuo a ser só um espectador?
Enquanto a poeira d’ouro em meu rosto
Acorda a minha alergia,
Sangro Pierrot. Mas não me incomodo
Que suxo seja o meu sonho maior. Quero-o,
Mesmo assim, e por isso sangro.
A hemorragia agrava-se. É o punhal de pó –
Em meu nariz – fincado.
Então, fugitivas, minhas mãos viajantes,
vão,...................................................
Sonolentas de tantos histamínicos, dormir.
Para, algum dia desses, voltar às páginas
Lúcidas de outrora,
E, finalmente, restringir uma lufada infinita
Da fulgurante maravilha que são
Os beijos audazes de Horas
Mais Lilases.
Lisboa. 02/05/2010.