NOTURNA
A brisa, que entra muda
na janela do teu quarto,
sem travar nenhuma guerra,
invade tua intimidade
visita teu corpo inteiro,
estando nua ou vestida,
vai dos pés ao travesseiro;
mas aquilo que invade
tua parte mais secreta
não é mudo como a brisa
entra louco e faz alarde
é teu próprio pensamento
tira teu sono e assombra
trava guerras noite adentro:
decisões noturnas ,
corajosas e seguras!
Amanhece,
abres a janela
a luz do dia entra livre
estás plena de coragem
fazes um café forte
rezas ao anjo da guarda
feito a mãe ensinou
e no espelho, já alerta,
na imagem refletida
a coragem desbotou!
(Oneida Resende)