AMANDA
A minha filha cresceu,
Cresceu... Lamento a verdade!
E à estatura do "Eu"...
Juntou, a tal liberdade...
"Eu sei! Eu posso, e eu sou...!
"Eu sei fazer e sozinha...!"
"Eu não sou mais menininha...!"
Perdeu a bala! Chorou...!
No corpo, a sua estrutura
É cada vez mais menina
Menina vai à procura
Ser mais e mais feminina...
E põe batom, e o "blush"
Depois vestindo o vestido
Desfila com atitude
É tudo bem divertido...
Qualquer lugar, passarela
Na cristaleira um espelho
Sentindo-se, e lá vai ela!
Ninguém que meta o "bedelho"...
E à quem se mete revela
Pirraça, naquela menina
Um choro de manivela
Que mal se molha a retina...
É a transição desses anos
De oito que vai fazer
Menina feita de enganos
Criança sempre quer ser...
Chupetas ou sutiãs
Prescinde ajuda, faz manha
Se lembra, em apuros, da mãe
Que vai gritar, nem se acanha...
À noite pede hora extra
Da sexta até outra sexta...
Qualquer desenho à TV
É sempre o que ela quer ver...
Do escuro ainda tem medo
No entanto, faz seu segredo...
Mas, faz um ai! Se a luz cai
Aqui tá escuro Papai...!
E vai crescendo a menina...
Quer se mandar, mas não manda
Ao pai e a mãe muito ensina
Da disciplina à ciranda...
A muito amada, Amanda...
Obs.: A poesia é do ano passado, mas ainda mantem o "choro de manivela" e o medo de escuro, mas já está mais madura. E gosta de desfilar na frente do espelho. Em novembro faz nove anos (como o tempo passa rápido).
Autor: André Pinheiro
01/10/2014