MADRUGADA
(Sócrates Di Lima)
Na madrugada fria,
O silêncio é o dono de todas as verdades,
A solidão é trocada pelas saudades,
Nos pontos e vírgulas da poesia.
Uma canção de amor soa...
Traz lembranças de um olhar distante,
Um sorriso esboça tímido e a toa,
Deixa o coração relaxante.
Os vidros do carro fechados,
Mostram a neblina que avança,
Em pouco tempo todos os vidros tomados,
Aí que embaça a lembrança.
E assim, em um canto qualquer da cidade,
ouvindo uma canção clássica,
que de nostalgia o peito invade,
As quatro estações de Vivaldi,
Doce cortejo de uma canção mágica.
Madrugada fria..
Onde os faróis dos carros cortam a neblina,
Pessoas nas ruas nas suas alegrias,
Nem se importam comigo, naquela esquina.
É madrugada.....
Ainda, voltando pra casa,
A alma, de uma alegria tomada,
E a vontade de ter nascido com asas.
E assim,
voaria para juntinho dela,
Lá, onde mora esta saudade, enfim,
Ouviríamos juntos, as canções que a madrugada vela.
E revela,
A ilusão do amor, dentro de mim.