Poesia Outra
O que se espera de mim,
Desce as escadas
Rumo ao mar profundo.
O que se espera de mim,
No profundo mar vai dormir
Receando faltar-lhe o ar.
Mas, o que se espera de mim?
O que se espera de mim secou,
Submerso, ouvindo a voz
Da existência morta estrídula.
O que se espera de mim,
Foi riacho vivo na escuridão
Madefacta.
O que se espera de mim
[não é rima –
É poesia outra
[a se alimentar de ostra
Com casca.
E nessa escuridão, é doridamente dura
A digestão minha. Assim, enquanto escrita,
Teimo exausta.................................................
Em sono – a engolir à força o desperdício que sou –
Existência morta a precisar do que me ler
Para estar viva.
Salvador, 15-11-2014.