Poesia Outra

O que se espera de mim,

Desce as escadas

Rumo ao mar profundo.

O que se espera de mim,

No profundo mar vai dormir

Receando faltar-lhe o ar.

Mas, o que se espera de mim?

O que se espera de mim secou,

Submerso, ouvindo a voz

Da existência morta estrídula.

O que se espera de mim,

Foi riacho vivo na escuridão

Madefacta.

O que se espera de mim

[não é rima –

É poesia outra

[a se alimentar de ostra

Com casca.

E nessa escuridão, é doridamente dura

A digestão minha. Assim, enquanto escrita,

Teimo exausta.................................................

Em sono – a engolir à força o desperdício que sou –

Existência morta a precisar do que me ler

Para estar viva.

Salvador, 15-11-2014.

Sandra Eveline Medeiros
Enviado por Sandra Eveline Medeiros em 04/06/2015
Reeditado em 09/09/2020
Código do texto: T5265650
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