Poeta do silêncio

Poeta do silêncio

maria da graça almeida

Sou poeta do silêncio, da tortura, do tormento,

das ciladas, das caladas, da mudez e do lamento.

Sou poeta vagabundo, da mentira poeirenta,

que sorveu a gota insossa de uma língua sonolenta.

Sou poeta -dos sem lida, dos sem glória, dos sem nada-

que emprestou sua ternura a uma lua mascarada.

Sou poeta da procura e das letras apagadas

e no céu quando estiver, declamarei do eu poeta

com a voz do eu mulher, pois a minha fala esperta,

sem medida, imodesta, dirá só o que Deus quiser.

maria da graça almeida
Enviado por maria da graça almeida em 22/09/2005
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