# ONDE ESTÁ VOCÊ MEU TEMPO?
Te procuro nas passagens alegres
Não encontrando nem nas tristes,
porque aqueles instantes passados,
bem sei que não mais existem.
Nos braços da doce amada? Não.
passou por outras desilusões, fugiu,
desenganos, desamores, desventuras
Para onde fostes tempo meu, saiu?
Na ganancia, gastanças, noites mansas,
No belo brilho de um luar do meu passado?
Segue fugindo de mim e, ora, nunca pára,
e eu atrás de ti correndo muito, tresloucado.
No cofiar da barba que foi jovem e prateou,
no choro da mãezinha que subiu aos céus,
no amigo de infância que não envelheceu,
onde acaso estás meu tempo? Tempo meu!
Na folha tenra de uma campa esverdeada,
onde a brisa fresca realça uma divindade,
espantada pelo murmúrio do vento. é noite.
e do teu destino fugidio não sei de nada.
Teimo como sabiás teimam sobre as embaúbas,
ainda que crendo ser impossível a ti alcançar,
sento fatigado no leito de meu passamento.
tempo cruel, você nunca quis a mim esperar.