Grito preso na garganta
Águida Hettwer
Ranger das grades enferrujadas, denunciando abandono,
Folhas secas bailam na melodia do vento,
Trilha sonora do esquecimento
Obscuro e frio ambiente vazio síncrono.
Palavras vadias, que o tempo debulha,
Vitórias secas, dores profundas anárquicas,
Interrogações que alma embrulha,
Narrativas de histórias verídicas.
Rasgam-se manifestos, em mil pedaços,
Grito preso na garganta, falácia de um mundo em conformidade,
Onde se junta cacos, come-se lixos, sofre-se em silêncio.
Separo-me do meu corpo, estatelando percalços,
Saem gemidos das entranhas, num lampejo de liberdade,
Meu verso de protesto encontra abrigo nos braços da poesia.
14.06.2007