Eu e meus eus
Carrego em mim muitos eus sempre em conflito constante
Desses que anoitecem querendo raiar o dia
Que fazem do meu sossego eternidade em folia
E mexem comigo inteiro sem verem ao fim o bastante.
Atesto em mim muitos eus em desatino alucinante
Desses que me navegam se sou seca ou calmaria
Que escalam-me cordilheiras mesmo se o alto é fobia
E me fazem ser quase sempre, do acalmar expectante.
Percebo em mim muitos eus de meus lapsos aspirantes
Desses que se entocaiam no aguardo de que se aponte a via
Para que virem meus caminhos de reais em fantasias
E me façam incorporado do que achava distante.
Encontro em mim muitos eus de desafios e rompantes
Desses que enfrentam o contradito como quem faz a alforria
Que impõem a mim suas vontades se a minha se evidencia
E me submetem ao que querem se me decido reinante.