Negligência

Há um lado negligente

no passar dos dias meus,

uma demora inquietante

do novelo do barbante,

prendendo minha nostalgia.

Há uma curva nessa espera,

uma falta de atitude,

e ao passar a primavera,

me esbarro num verão,

que de nada me adianta.

Meus defeitos proliferam

e viciam meu viver,

meu querer está aquém,

do além de outro porém,

daquilo que poderia ter.

A negligência a comandar-me

dita normas sem sentido,

então por incompetência,

minha matemática falha,

e me perco do caminho.

Novamente não encontro

um denominador comum

nessa fração já tão quebrada,

assim volto ao ponto de partida,

buscando a exatidão do nada.

01/10/12

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 01/06/2015
Reeditado em 18/07/2015
Código do texto: T5262776
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