À ESPERA DA PRIMAVERA
Era inverno em meu corpo
Os rios gelados estáticos
No leito das veias abundantes
Ainda drenavam o sangue
Que percorria lentamente
Cada pedaço do corpo pulsante.
O gélido ar da indiferença
Dominava meus olhos
Eram frios e distantes
Resumindo as cores do mundo
E suas longas estórias
Num pequeno curta
Em preto em branco.
O olhar parado
Múltiplo de sentidos
Apenas observava o mundo.
O brilho de outrora
Esquecido com o tempo
Esvaiu-se com a lágrima
Que da gota virou gelo.