HÁ UM POEMA ESCONDIDO
Há um poema escondido
por detrás de pedras,
sob o reflexo das águas,
por sob o verde do mato,
na linha fugidia do horizonte,
oculto nas sombras.
Noites de lua e estrelas
são prenúncios de rimas eternas.
Sinto que em muitos lugares
há um poema me espreitando.
Talvez queira me falar de coisas
que ainda não sei.
Feito as saudades de tudo aquilo
que à frente me espera.
São palavras que o vento, um dia,
talvez venha me soprar aos ouvidos feito
uma canção do amor impossível.
Enquanto esse dia não chega,
contento-me com o lento gotejar da espera.
Porque de sonhos todos nós vivemos.
E sem eles a vida é insustentável.
Então, escrevo esse poema de sonho.
Um poema de espera.
E isso me basta.