TEU CORPO
Teu corpo, fulgor de estrela matutina,
feixes de calor a me queimar suavemente;
teu jeito ( olhos e semblante ) de menina
me faz mesmo distante te sentir presente.
Teu corpo, estrela que habita no poente
caindo devagar e sempre nos meus braços,
calor, luz e brilho de infinitos traços
a deixar-me inerte, torpe e incandescente.
Divina carícia do regato às flores,
brisa a bailar nas folhas levemente.
Prazer onde se esquece todos os temores
Teu corpo, fonte a beber eternamente.
Tua doçura, néctar, jóia permanente,
prisão eterna e dos mais finos laços
em que penetro, cego, a grandes paços
e me tranco p'ra viver perenemente.