VEM CAMINHAR COMIGO
(Sócrates Di Lima)
há num olhar um sorriso,
há num sorriso um olhar,
algo assim, do tipo, olhos de paraiso,
que faz-me aqui, em poesia sempre voltar.
Como um cancioneiro,
Fazendo serenata ao luar,
Sem uma viola e nem sou violeiro,
Apenas com a alma a cantar.
Há um olhar e um sorriso,
Entre as nuvens do meu pensamento,
E assim me regosijo,
Deixo meu coração vagar no firmamento.
E quando fixo o olhar no horizonte,
Passa pela minha cabeça uma viagem...
Como se ela fosse minha única fonte,
De buscar um olhar e uma imagem.
Há em mim, muito de primavera,
De verão, outono, inverno e sentimento,
Há também, doce quimera,
Liberdade de voar com o pensamento.
Sou um andarilho das ilusões,
Caminho pelos trilhos dos sonhos meus,
Realidades e imaginações,
Traçam meus atalhos nas estradas de Deus.
Sigo então a linha do Sol,
Como uma andorinha em busca do seu verão,
Aqui, ali, em qualquer arrebol,
Amanheço buscando a minha salvação.
Busco caminhos em tantos lugares,
Procuro lugares em tantos caminhos,
Mas, nas curvas, nas esquinas de tantos olhares,
Busco, talvez, um olhar de ternura e carinhos.
Às vezes divago...
Embriago-me em cálices de devaneios..
Mas, aqui dentro, de longe eu trago,
O trago da saudade de amores trilheiros.
E quando busco um olhar na imensidão,
Onde meus olhos querem chegar,
Encontro olhos iluminando minha escuridão,
E o um sorriso irradiando o meu incessante caminhar.
E, porquanto, pelos caminhos que andei,
Pelos mares que naveguei em cada arrebol,
Ainda, me resta, uma trilha que não trilhei,
E assim, sigo, na trilha do Sol.
Sem tréguas,
Sem castigo...
Sem kilometros e sem léguas,
Vem...dê-me as mãos, vem caminhar comigo.