Arte Seravat
Sou a Arte, a graça – Sou Graça.
Sou Beleza, Colorido inóspito e Dor.
Levaram-me o meu Amor
E o filho que do Amor
Herdava. Doação – Vida minha.
Em vão a bênção sobeja em mim –
Inquieta Paz.
Sentimento turvo – mar insurrecionado,
Sombrias cores. Encravado espinho –
Sou eu. Ou pinto?
Lágrima, Poesia…Vejo o Amor Maior
Que a Dor trespassa e transcende.
Sendo Humana, sou Divina.
Amor, teu pó me traz –
Inquieta Paz.
Inconsciente Arte…
Sou Morte e Vida. Luto visto,
Cansada estou, Barulho sou,
Silêncio anseio!
A lutar – Sou Guerra.
Onde está a Paz,
A Paz Verdadeira?
No aquário a engordar como um infeliz
Peixe prisioneiro e solitário.
Reflexo meu.
A Simples graça, a Graça – Fraca e Forte.
Confusão de um ser que manifesta estar
Despedaçado…a fingir que é Cor
A dor que deveras sente.
Sou Obras raras de instantes tensos
Da Graça. Expressão mórbida a estampar
Um lúgubre solífugo fincado de revolta.
Vida…Sem Graça. Escuro
Amargo do dessabor.
Mundo triste. Disfarço
O pesar em cores. E a graça
De Deus que passa, e escapa, e passa,
É a Arte, a Graça,
É Seravat.
04/09/2009 – Lisboa.
Poesia classificada para o Prêmio Poetize 2013, publicada na Antologia Poética – Prémio Poetize 2013 pela Vivara Editora Nacional.