MATER DE UMA VIRGEM

Em lençóis bordados d'alvíssima renda

Que faço de tenda nas frias manhãs,

Também é reduto de doces manias,

Mas essas orgias são vagas e vãs.

Se batem à porta levanto da cama,

Mamãe quem me chama na hora de estudar;

Livrou-me do transe, dos vis pesadelos,

Queria não tê-los cansei de sonhar.

De repente surjo de fronte do espelho,

De batom vermelho meus lábios pintei;

Em pose alusiva desprendo o cabelo

Com ar de modelo charmosa girei.

Sei do meu pecado, do quanto apavora,

Porém deito fora brutais lingeries;

De tudo me dispo, de tudo que atinge

Que esmaga e restringe meu corpo petiz.

Reparo nos seios, as tetas pequenas,

Do jardim apenas rebento de flor;

Contudo padeço lamentável sina

Por ser tão menina tão cheia de amor.

Agora uma brisa me atinge de cheio

De leve no meio gostoso de mais !

A mais alta fonte da maior voltagem

Que torna selvagem os meus genitais !

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Consequentemente se fez a quimera,

Emergindo a fera do mar do pudor;

Num gesto instintivo tangencio o seio

E sinto no veio volúpia e calor !

Cresce o paroxismo da ânsia inibida,

Não sei se há na vida prazeres iguais;

E trincando os dentes sufoco os desejos,

É pouco mil beijos meu corpo quer mais !

Transportei-me ao mundo cheio de mistério,

Da Vênus império, reino do Cupido !

Doce paraíso confuso e medonho,

Um mundo de sonho, porém proibido !

Luxúria maldita cada vez mais forte

Quer levar-me a morte, fazer-me sofrer

Por isso na luta me mostro incansável

Mesma vulnerável não posso ceder !

Acabo sofrida sempre insaciada

Nervosa e suada de sofreguidão;

Felizmente o jato de uma ducha fria

Desfez a abulia e me trouxe a razão.

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Penteio o cabelo vertendo-o em trança,

Assumo a criança da mamãe querida;

Vestindo o uniforme me dispo da amante

E como a estudante vou cuidar da vida.

AUTOR : LUIZ AUGUSTO