Alcova de Leões
Alcova de Leões
Surtos histéricos e gritos desesperados
O gosto de bile nas bocas ressecadas
Ao som do rugido bestial esperado
Membros dilacerados, plateia encantada
Palmas exultam a cena infernal
Sob os olhares impiedosos e agourentos
Sangue tingindo o filme surreal
Banquete a morte finda tal evento
Jaz assim nas terras do suntuoso Coliseu
Almas, sangue, virtudes e dignidade
Intenso é aquele ódio que não morreu
Espreitando vingar o ato de crueldade
Eras percorrerão pelo lodoso umbral
Caçarão incansavelmente seus algozes
Para apaziguar com sangue afinal
Calando o ódio vinde de suas vozes
Eduardo Benetti