A Insônia do Pressentido Amor

Meus dias, vazios do não-ser,

Melancólicos, aguardavam o sono do esquecer...

E a noite caia, em pura

Solidão, escura e dolente,

Como dolente e escura

Era a minh’alma de sonhos ausente...

Meus dias, na tua incerta vinda anunciada,

Se consumiam na aflição da não-chegada...

E de noite, se a chuva caía,

Ela persistia triste e tediosa,

Como tediosa e triste persistia

A minh’alma de amores suspirosa...

Tu te avizinhavas, sim, em minha vida,

Eu não sabia...E sofria tua ausência não conhecida...

E era a tristeza e a desesperança, um penar,

Naquelas noites de acalentar a minha dor;

Queria dormir, mas o amor que tinhas para me dar

Me trazia a insônia do pressentido amor!...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 13/06/2007
Reeditado em 11/11/2008
Código do texto: T525765
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