A Insônia do Pressentido Amor
Meus dias, vazios do não-ser,
Melancólicos, aguardavam o sono do esquecer...
E a noite caia, em pura
Solidão, escura e dolente,
Como dolente e escura
Era a minh’alma de sonhos ausente...
Meus dias, na tua incerta vinda anunciada,
Se consumiam na aflição da não-chegada...
E de noite, se a chuva caía,
Ela persistia triste e tediosa,
Como tediosa e triste persistia
A minh’alma de amores suspirosa...
Tu te avizinhavas, sim, em minha vida,
Eu não sabia...E sofria tua ausência não conhecida...
E era a tristeza e a desesperança, um penar,
Naquelas noites de acalentar a minha dor;
Queria dormir, mas o amor que tinhas para me dar
Me trazia a insônia do pressentido amor!...