Carimbando palavras
Escrever é repetir o que já foi dito de um jeito diferente,
mas o escrito pode ter diversas interpretações.
O mundo que se vive aqui é diferente ali,
o que se entende aqui é desentendido lá e acolá.
Que coisas interessantes nessa tal da escrita,
ela pode se comparar a um carimbo da fala de um povo.
O nosso carimbo é o Português,
eita carimbo pra lá de bom.
A gente nasce falando sem carimbar nadinha de nada,
mas vai juntando montão de palavras
que a mente guarda de um jeito,
que não se imagina como cabe tanta coisa
na cabeça da gente.
Quando menos se atina,
uma dessas guardadas no baú da mente
vem pra se fazer presente
quando se aprende a escrever.
Dizer as coisas escrevendo
é pra lá de interessante,
pois tem um monte de modos
e maneiras de escrever o que se quer dizer.
Tem ponto pra parar,
vírgula pra separar,
exclamação pra exclamar
e interrogação para perguntar.
Acentos em que não se senta;
trema não treme,
mas já sumiu da língua;
circunflexo é para tônicas,
parece água de garrafinha
que vem com gás e o chapeuzinho na palavra,
de acessório, direto da fábrica.
Tem algo melhor que a língua destes países extraordinários,
cada qual com seu sotaque
e maneira de dizer as coisas,
uai sô, bá tche, eita, ó chente
e o luso hora pois?
Quer saber?
Escrever é carimbar!