Sombra

Quem precisa de um canto escuro e triste,

quem quer viver sem ser visto?

Como passar por um caminho sem luz?

Quem cantou as canções de escárnio e de maldizer?

Não passo de vento e correnteza,

mas nas horas de calmaria também queria marcar.

Não é não ser visto,

e não ser sentido.

Ninguém quer me sentir...

No passo de um conto que nada define,

e não pode ser interpretado,

definho com meus medos e desalentos.

O MEDO, sempre ele.

Caminhos que nunca se cruzam.

Ser sem estar,

passar sem marcar.

A solidão deixa marcas profundas.

Estar só na multidão.

Um dia vão perceber que passei,

mas queria ficar.