Décimo Segundo Surrealista

Nas tardes-noites de dezembro,

Eu deixo a cidade pra trás

E costumo olhar pelo espelho

Quando o sol se derrama vermelho

Entre as brechas dos edifícios e catedrais

Costumo localizar as coisas

Ruas, esquinas, escadas,

Imagino quantas noticias de jornais

São tecidas no momento que vejo

Alguém morre, alguém nasce, desaparece; pra nunca mais

Muitos amam, odeiam, matam-se,

Fogem, prometem e roubam,

E o importante é a luz que se faz

Um pouco mais cedo a cidade parecia dourada,

Ardia em brasa, asfalto, solo de sax, flores de plástico,

Tenho tido esse sonho muitas vezes

Por muitos dias seguidos,

Sonho real, tantas vezes já vi esse quadro,

No sonho estás comigo, encantada, mágica, assim,

Te mostro pelo espelho e você sorri pra mim.