BEIJO DA NOITE

Beijo da Noite

Em dias turbulentos, valha-me a calmaria!

Nessa vida que rodopia

Não ouço cotovia ou rouxinol...

Zumbe o ouvido e Zumbi tá longe

Arrefecendo tambores...

Ah! Se o ritmo dos afoxés e agogôs

Banissem de mim as dores!

A noite chega e a sala fica imersa em luz

Fluorescente...

Hoje seria um dia de a gente

Sentar e respirar o por do sol...

Impregnar-se dos matizes rosados

Depois dos vermelhos-laranja

E por fim, sem se dar conta

Ver que o âmbar tomou conta

A luz esmaeceu...

No céu a estrela rompeu a barreira do infinito...

Somos ela e eu ...

Parece até que meu corpo se esvaiu

Se transfigurou

Transmutou...

E olhando o infinito

Nesse instante de ocaso...

Já não sou só eu...

Miríades de pequenas luzes

Brilham incógnitas...

A lua também se espraia...

Não sei se é noite na minha alma

Porque as luzes insistem em brilhar...

Não é só noite escura...

Também é a calma

Que vem docemente me beijar...

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 13/06/2007
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