Nesse dia...

... nesse dia, uma cor floriu no seu cabelo,

no seu cabelo solto.

Você correu,

quintal,

calçada,

descalça, descalça,

saltou

com um pé, com dois,

com um pé, com dois,

com um pé, com dois

com um pé, com os dois no céu

do riscado da amarelinha.

Sua rua tem pedrinhas,

onde canta o sabiá.

E eu sei onde mora a janela do seu quarto.

Passado, presente, porvir...

Quando vamos viver?

Qual é o seu doce preferido?

Que beijo você quer?

Guardada com cuidado na concha das mãos,

como água de nascente,

como passarinho caído do ninho,

eu lhe trouxe uma palavra inventada com carinho.

E se a caixa do fundo do mar do fim do mundo

virasse uma caixinha de música

e ela tocasse uma cantiga antiga

que nos tocasse?