Linhas
Linhas,
Essência da simetria,
Essas mesmas linhas cortam minhas mãos
Edificando a fisiologia de minha identidade
Etiquetando os esforços de minha existência,
Ela se desenrola do carretel do tempo
Gradativamente
Para se enrolar em minha face
Como contrapeso de minhas emoções,
Na mesma sincronia
Minhas têmporas doam linhas para o tempo
Desvanecendo a pigmentação da juventude,
As minhas mãos roubam
As linhas desse caderno
Enquanto o caderno rouba
A linha do meu tempo,
O meu poema rouba
A linha que seus olhos
Contornam nessas palavras
No mesmo tempo em que você rouba
A linha de pensamento do poema,
Nas linhas imaginárias nos localizamos
Enquanto nas linhas concretas nos costuramos,
A natureza movimenta-se em simetria
Para celebrarmos o total embaraço da vida.