À MESA D`UM CAFÉ!

Sentado à mesa d`um café

Eu lia aquele anúncio no jornal

Quando de cabelo em pé

Fiquei boquiaberto…pasmado até

Com notícia insana…colossal!

Morrera uma criança à facada

Por um tio sem dó nem piedade

Que agora essa alma já penada

Deve ser perpetuamente aprisionada

Pra não cair de novo…na maldade!

Li eu também sobre um fulano

Que tivera sido vítima de um ladrão

Deixando para trás o cunho humano

E de igual ano após ano

Teria que cumprir pena…na prisão!

Depois passei os olhos no desporto

E no que li, senti haver corruptela

O universo anda às avessas, sem conforto

Quisera eu antes estar morto

Pra fugir às malhas dessa clientela!

Bebi a minha bica e olhei

Prás gentes que passavam na calçada

Tanta tristeza na leitura, encontrei

Que apenas será certo, isso sei

A humanidade está louca e desgraçada!

Depois pedi a conta e fui à vida

Mais amargurado e desiludido

Fechei o jornal na despedida

Deixei verter uma lágrima sentida

Pedindo a Deus que me tivesse …acudido!

Não mais volto a ler novas assim

Que a mente permanece a cismar

São coisas que me fazem mal a mim

E o mundo caminha pró seu fim

Onde o bem é tão difícil…de alcançar!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 25/05/2015
Código do texto: T5253903
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