POEMA PARA DRUMMOND...
No fim ou no começo, todos os caminhos são um,
E mestre, tu disseste que no meio do caminho havia uma pedra...
Será mestre que a pedra não era eu?
Com meus medos, com minhas tristezas,
Com tantas incertezas em meu coração?
Será que a pedra no caminho,
Não era a minha busca por carinho,
Por alguém que me estendesse as mãos?
Será que a pedra mais pontuda,
Que me lançou a dor mais aguda, não era eu?
Com o olhar que se distanciava doutro olhar,
Com as palavras não pronunciadas,
Nascidas mortas, por não se ecoar!
Tu disseste que no meio do caminho tinha uma pedra,
Não seria aquela pela qual passei na caminhada,
Aquela deixada para trás, àquelas deixadas para depois...
Mestre, se no meio do caminho havia uma pedra,
É certo que ainda há!
Que eu possa usá-la para pavimentar o próprio caminho,
Nunca usá-la como arma, para ferir ou para matar...
E meu olhar possa ver em cada uma delas,
Um brilho, que a possa diferenciar...
E que estas mesmas pedras, sejam mais que preciosas,
Sejam alegrias, sejam amizades, sejam companhias,
Sejam as bases, para paredes, com portas e janelas,
Onde a paz possa vir morar!
Mestre tu disseste que no caminho tinha uma pedra,
É certo que sempre haverá!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
17/09/2014