HOMEM DA RUA
Saiu pelo mundo o menino
Seguindo sonho, chutando bola...
Seria cruel seu destino
Subindo morro, cheirando cola
Sem proteção do divino
Sempre alerta, fugia da escola
Sacando o perigo, ladino
Se arrancava com a corriola
Suores de muito trabalho
Salário rápido a se acabar
Serviços de quebra galho
Sopa fria em casa encontrar
Sol só brilha pra alguns
Sacana essa vida torta
São cenas bastante comuns
Sombras que ninguém se importa
Sorte andou-lhe de lado
Solução não lhe deu “Zifio”
Sandália em passo arrastado
Semblante um grande vazio
Solitário pelo caminho
Seu coração tão ferido
Sangra cada dia um pouquinho
Sente culpa de haver nascido