FLOR PERFEITA
FLOR PERFEITA
Embora eu viva sonhando,
Um amor romanceando,
Nos braços viris de um homem,
Às vezes, esses sonhos e ilusões,
Simplesmente somem...
Quando encaro minha imagem
No espelho, já não tão jovem...,
Quando enxergo a mulher vivida, madura,
Não mais aquela garota ingênua e pura,
Mas, apenas, a miragem,
Do que já fui um dia, outrora,
Vejo que já estou quase velha agora...
Entretanto, um dia me disseram,
Em resposta, a essa frase:
“O que é uma flor perfeita,
Senão uma flor velha, quase”?
E isso me serviu de base
Para vencer esta visão estreita
De que a mulher madura não ama,
Não tem mais fogo, não tem mais chama,
Não quer mais carinhos e beijos,
Não se apaixona, nem tem desejos...
Pois, então, ouçam, sem preconceito,
E atentem para este conceito:
Estão todos errados, enganados,
Isto tudo não passa de balela!
Basta olhar-me nos olhos,
Que são de minha alma, as janelas,
E verão neles a menina
Que dentro de mim mora,
Que se recusa a ir embora,
Amalgamada à experiente mulher
Que sabe bem o que quer,
Que ainda hoje adora
Apaixonar-se, aventurar-se e atrever-se,
Como uma jovem de idade qualquer.