Solidão Fria

Só reparei nela quando a cama estava vazia,

De repente aquela solidão tão fria

E eu nas minhas raízes encarpetadas

Minha veia orta amarrotada

Já nem queria mais rimar...

Onde já se viu seu moço?

Minha cama gelada, e ela tão longe

De certo que minha presença não haveria de faltar

E eu nas minhas mãos queimadas

Meu borrão de carvão

Na minha aurora resumia soneto da tal Maria

Tão mutável que seria

De iniciar pelos pés

Meus remendos micharias

Minhas vozes, todas minorias

Meu esquema de falar tão baixo ao coração

Já nem sendo outra vez soneto

Resmungava só no canto

Me olhava em tom de pranto

No espelho que criei.

Jaina
Enviado por Jaina em 24/05/2015
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