Cruz e Sousa (1862-1898) - um dos maiores poetas simbolista
(Por Onofre Ferreira do Prado)
Epígrafe:
"Possui, na mesquinhez da terra crassa
E na vergonha de homens tão pequenos,
O orgulho de ser grande na desgraça."
Numa ilha, numa ilha encantada,
Uma estrela brilhou mais cedo,
"Um cisne de alvacentas plumas",
Aclamado de cisne negro.
Que destino cruel, meu Deus!
O poeta tão cedo partiu,
Para desencanto e tristeza,
Para outras esferas - subiu!
A vida muitas vezes é um "porre",
Sofreste desventura e preconceito,
Como se a simples cor fosse defeito,
Mas um grande poeta nunca morre.
Descansa, bardo, nos céus -
Tu és maior que o milênio,
Tua obra de honra e de glória,
Eterniza o poeta e o gênio!
(De 2001 a 2005 tive a sagrada sorte de ter morado em Florianópolis, antiga Desterro, a terra desse grande e admirado poeta. E, tantas vezes, encaminhando por aquela ilha encantada, tanto quanto pela Avenida Beira-mar, pensei nele, recitei os versos de Caminho da Glória e cultuei a sua memória.