Fiz do silêncio o meu porta-voz

Fiz do silêncio o meu porta-voz

Não mais te querer:

prova de amor, não existe maior;

sair dessa quase arraigada obediência

que infesta-me em despropósito

e que só me traz o sofrer.

Querer quase sempre é poder,

e quando se tem o amor-próprio

a independência triunfa.

Por nós, eu quis desatar os nossos nós,

descosturar-me de ti

(desalinhavando em disjunta),

e retomar o fio do retrós.

Teci uma conduta como resposta

para inexistentes perguntas.

Buscando as virtudes de Jó,

cônscio, preferi calar...

E cá, entrementes,

e entre tantos quereres

de minh'alma aberta e em clausura

saí sem pestanejar;

fiz do silêncio o meu porta-voz.

BetoAcioli
Enviado por BetoAcioli em 23/05/2015
Reeditado em 23/05/2015
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