Morrendo

Vem, graciosa

Ao leito, chorosa

Com um beijo selar

Destino, temido

A vida, um menino

Que teima em teimar

Brandura ou suplicio

É um desatino

Insistir em negar

O sol que se poe

A vida que se esvai

O que há alem

Sabe-se apenas que se vai

Não há escuridão

Ou luz

Para o cego que se conduz

Na trilha do limiar

Não temas

Nem chore

Pois agora que daqui vou

Em algum lugar ei de chegar

A morte

Não há de ser um capataz

Apenas para aqueles que dela se desfaz

Pois como pode o sol da meia noite

Ser diferente do sol do meio dia ?