SEMPRE MAIO
Antonieta Lopes
A grande inspiração me vem de maio,
Meu primeiro soneto escrevi
Aos quatorze anos, num singelo ensaio
Comecei a brindá-lo, desde aí.
Na morna indiferença jamais caio,
E o encanto das rimas não perdi,
Se preciso "água levo num balaio",
O dever a cumprir daqui, dalí.
E maio me ensinou a atravessar
Com rimas e empenho o pantanal
Das agressões injustas e do azar.
Cheguei velha, inteirinha afinal,
Aonde pretendi sempre chegar...
Honesta, sem fazer a ninguém mal.