VIGÍLIA

Atento aos meus momentos,
Sigo ziguezagueando conceitos,
Entre o prazer e o regalo dos feitos,
E as contrariedades que apenas aceito.

E se rebusco o passado,
Semelhantes curvas desenho,
A mesma dubiedade assisto,
Mesmo assim eu não desisto,
De rever as marcas dos meus passos.

Se é o porvir que me atenta,
Se são os sonhos que vigoram,
A mesma vigília se apresenta,
As mesmas dúvidas afloram.

Nesta crescente certeza,
Que o viver sempre me aponta,
Que o saber sempre me ensina,
Percebo as dúvidas se avolumando,
Na proporção com que aprendo.

Atento sigo,
Convicto das dúvidas.