MANHÃS DE ABRIL
Antonieta Lopes
Nada mais claro que as manhãs de abril,
Os tons são luminosos e suaves,
Mais parece um sorriso juvenil
O azul do céu sem manchas, sem entraves
Um odor magnífico e sutil
Vem dos bosques, gorjeiam alto as aves,
Murmúrios multiplicam-se por mil
Dos rios, mares, suas brancas naves
Esplendor que não fere a retina,
Ternura que afaga o coração,
Vontade de viver que desatina.
Ar calmo, apaziguante, sem paixão,
Um garoto brincando na esquina,
Sem medo de relâmpago e trovão.