HORA DERRADEIRA

Quando eu me for 
que seja hora do ocaso
quero sentir os últimos raios dourados
sobre meu corpo inanimado.

Quando de fato minha hora chegar
que o poente esteja a me esperar
e me cubra com seu manto morno
fazendo minha alma sonhar.

Se por acaso o ocaso findar
que ao menos uma estrela
venha me orientar
e espante os fantasmas.

Nessa hora, que as três Marias
me dêem colo materno
mitiguem um pouco em mim 
esse amor eterno.

Depois, que algum querubim
me aconchegue enfim
e me conte que a vida
de fato nunca tem fim.




(Imagem: Lenapena - Poente na praia de Tabatinga)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 19/05/2015
Reeditado em 19/05/2015
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