Mudo

Implosão cruel de verbos contidos,

Rasgando em dores a alma marcada.

Vísceras torcidas e garganta enrolada,

Espreme as palavras e abafa os gritos.

Dormência eterna de lábios sagrados!

Porteira macia que à voz não responde.

No aperto da fala a angústia esmaga,

Verdades que o coração não esconde.

E os dentes cerrados ferindo a pele,

Completam o triste cenário da série,

De dores e opressão corriqueira.

Vontade de me expressar, sempre tenho!

Mas o corpo e o medo freiam o empenho,

Da alma amarrada na voz traiçoeira.

IGOR TENÓRIO LEITE

15/04/2006

Igor Tenório Leite
Enviado por Igor Tenório Leite em 13/06/2007
Código do texto: T524757
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.