Décimo Surrealista
Quero provar da tua língua a saliva, me leva,
Ver-te fruto proibido, e tocar-te o proibido fruto,
Com golpes de língua sem veneno, não cabe ao veneno função.
Sentir então teu gosto, apurar, perceber todas as essências,
Dizer-te bobagens, abrigar-te nos braços,
Deixar-te vermelha e tesa, empinar-te os seios como quem beija a lua,
Sugar-te, lamber-te, deixar-te nua,
E quando em fim dobrada em gozo gritas,
Amparar-te sábio, homem, macho;
E entrar em ti como quem entra em casa
Como quem tem a chave
Mágica, sensual, brasa.