Versos a um Cão

Nascido da ignota mônada vibrante

Tu, amigo cão, não sabendo o que é morrer

Dormes na alegre inconsciência de teu ser

Enlutado na obnoxidade de tua alma errante.

Ganir versos como se tivesses vontade!

Contanto, sem razão, agonizas na dor forte

De existir numa acepção cretina, tal qual a morte;

Sem sentido!, sem propósito! à vida que te invade.

Nobilíssimo ser de alma sublime

Nas tuas recônditas entranhas, exprime,

Em sôfregos latidos tua vã natureza.

Hás de passar os anos de amargura

Na idiossincrasia de toda infeliz criatura,

Escravizado ao mundo que te malfazeja!

Giovanni Dangelli
Enviado por Giovanni Dangelli em 18/05/2015
Código do texto: T5245804
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