Manifesto de um Precito

Congregar o espírito à carne em santo erotismo

Atenuando a dor num caloroso ritual eclesiástico...

Há mais louvor neste insaciável gozo orgiástico

Do que em toda moral do Cristianismo.

Entoo a nênia de meu coração

Com a altivez de um tenor italiano,

Ao maldizer o Destino que me traíra

Qual Constantino, com o novo deus do Império Romano.

No panteão dos deuses modernos

Vislumbro seus cultos com extremo asco.

Alheio a tudo – erijo templos em minha alma

Como o fez, em Roma, Apolodoro de Damasco.

Aqueles que se consideram justos e bons

Execrando o reles publicano injustiçado

No alvor da aurora hão de um dia convir

Que o maldito que se humilha inda será exaltado.

Tardei num átimo na estrada inexata;

Com a verdade própria de uma religião,

Sorvi o bálsamo do éter circundante

Na vil esperança de um niilismo cristão.

Giovanni Dangelli
Enviado por Giovanni Dangelli em 18/05/2015
Reeditado em 22/06/2015
Código do texto: T5245682
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