Manifesto de um Precito
Congregar o espírito à carne em santo erotismo
Atenuando a dor num caloroso ritual eclesiástico...
Há mais louvor neste insaciável gozo orgiástico
Do que em toda moral do Cristianismo.
Entoo a nênia de meu coração
Com a altivez de um tenor italiano,
Ao maldizer o Destino que me traíra
Qual Constantino, com o novo deus do Império Romano.
No panteão dos deuses modernos
Vislumbro seus cultos com extremo asco.
Alheio a tudo – erijo templos em minha alma
Como o fez, em Roma, Apolodoro de Damasco.
Aqueles que se consideram justos e bons
Execrando o reles publicano injustiçado
No alvor da aurora hão de um dia convir
Que o maldito que se humilha inda será exaltado.
Tardei num átimo na estrada inexata;
Com a verdade própria de uma religião,
Sorvi o bálsamo do éter circundante
Na vil esperança de um niilismo cristão.