Um dia na selva.
Centelhas de amor
Centelhas de ódio
Centelhas de puro rancor
Centelhas do óbvio
(...)
Odeio rimas
Não sei brincar com elas
Elas me odeiam
Eu as odeio
É um sentimento recíproco.
Um puma corria pela selva
Em busca de alimento
Água e sombra
Ele se desviava de árvores
Buracos e armadilhas
Conseguia sentir tudo ao redor
O vento vindo do Sul
O calor do Leste e o cheiro das flores
Tudo isso o rodeava
Mas ele só corria
Desviando
Sentindo
Faminto puma amarelo
Havia poeira em seu pelo
Folhas presas
E um carrapato
Ele era o sobrevivente
O único da ninhada
Seus irmãos foram mortos
Por hienas cruéis e risonhas
Ele fugiu
Correu
Desviou
Poderoso puma esperto
Que na sombra da morte deitava
E descansava
Era mais um dia sem alimento
Sem água
Sem nada
Mas ele era um sobrevivente
O único vivo
O esperto
O Valente puma amarelo.
Droga, eu fiz uma rima!