Como borboletas em revoadas
O meu existir é tão monótono
plantado num vaso sem flor...
num chão de zinco abrasivo
minha vida corre perigo.
Sou poetisa da dor
e meu corpo tem sede de amar
Trago um amor clandestino como refém!
O recompensa , meu Senhor,
sigiloso e faiscante,pague o resgate
adentra, sacudindo na boca da noite
para não quebrar essa poesia.
Me improvise o açoite
palavras sussurradas ao meu ouvido
com seu toque, faça maestria
dedilhando meu corpo, componha uma melodia
Que portas e janelas se abram para escutar
corpos flutuando como doces sons da sinfonia
feito vaga-lumes bailando no ar
delicadas estrelas em harmonia
dois corpos em sintonia
transbordando de prazer
na penumbra da noite
o gozo estridente abafado
Feito borboletas em revoada
fecunda meu jardim.