Versos Desmedidos

Não sabia que as noites demoravam

Tanto

Quando a alma sofria de paixão

Quando o coração pulsava no tempo

Da solidão

Até os sonetos

E os fados na vitrola não tinham fim

Nem o luar ia embora

Parecia com pena de você

E as estrelas nestas noites insanas

Tornam-se poetisas parnasianas

Debruçando nas janelas

Reluzindo nas marquises

Tresloucados versos de amor

Até mesmo no amanhecer

Quando o sol apaga as estrelas

E silencia os seus poemar

Ainda ficam balbuciando pedaços

de versos apaixonados

Mas o dia não fica atrás

Traz as flores que dela lembram

Os ensolarados girassóis

Os encantados rouxinóis

E no vão do quarto os poemas

Inacabados

Espalhados entre os lençóis

Jogados pelo chão

Poemas de antigos bardos

E o rouco violão

Morto de sono

luiefmm
Enviado por luiefmm em 16/05/2015
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