essa fome de existir
poesia que se come
que se bebe
que faz saciar instantes
com vigor
com fertilidade
dos sagrados dias
que se colorem
como os amanheceres
de cada tempo
de cada instante
desses agoras
que me cortam a alma
e fazem sangrar
meu hálito infinito
de existir
com fome
e com sede
de passarinho
sem ninho