meus agoras tão estéreis e fugazes
em mim
um fantasma reside
sem pagar aluguel
com músculos
e com máscaras
que se derretem ao sabor dos ventos
que uivam palavras soltas e inférteis
como venenos doces
que solapam caminhos salutares
e desnudados pelos acasos verticais
como raios cortantes que queimam,
ardem e pulsam
e gritam!!!!
e as noites negras
como martírios fastiosos
com cheiros de morfos
e de bolores
sem sabores de vida
com crivos de angústias
com mazelas estagnadas
pelo vapor de cada instante
como pedregulhos cinzas
esquartejados pela demora atônita
devoluta e vulgar
no topo desses meus agoras tão fugazes
tão sagazes
tão estéreis
na direção míope
desses terrenos tão íngremes
desnutridos pela falta de poesia