meus agoras tão estéreis e fugazes

em mim

um fantasma reside

sem pagar aluguel

com músculos

e com máscaras

que se derretem ao sabor dos ventos

que uivam palavras soltas e inférteis

como venenos doces

que solapam caminhos salutares

e desnudados pelos acasos verticais

como raios cortantes que queimam,

ardem e pulsam

e gritam!!!!

e as noites negras

como martírios fastiosos

com cheiros de morfos

e de bolores

sem sabores de vida

com crivos de angústias

com mazelas estagnadas

pelo vapor de cada instante

como pedregulhos cinzas

esquartejados pela demora atônita

devoluta e vulgar

no topo desses meus agoras tão fugazes

tão sagazes

tão estéreis

na direção míope

desses terrenos tão íngremes

desnutridos pela falta de poesia

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 16/05/2015
Código do texto: T5243562
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