EU!
Manufaturado, limitado, catastroficamente perdido.
A tudo esquecido,
Diz-se de todo esse conjunto de matéria fútil
Ao qual, na primeira pessoa do singular conjuga-se EU.
Quem sou EU? Ou quem é EU?...
No entanto todos nós “dizemo-nos” EU
Eles, logo se dizem EU.
Não existo, EU! Porque nada somos
A todos os rostos, em lugar algum estamos,
Teus olhos veem o que não se ver em suma
Na boca o sabor do desgosto, ao rosto ver-se
A vida às veias desse emaranhado de sentimento inútil
Existe ao gozo fugaz de sua existência fútil
E remete-nos ao marco zero de um solo fértil
Aonde se consuma em material fétido, a gosma plásmica,
Do que um dia fui.